As Chaves que nos Abrem…

Nós temos portas, portas fechadas à chave. Mas, como tudo é perfeito, existem as chaves, chaves para abrir essas mesmas portas.

Cada um de nós tem as suas. Penso ser importante descobri-las, e ir abrindo-as, como se descascássemos uma cebola, camada por camada.

Uma Chave que me abre – é – Siddhartha.

Um livro que chega, na profundeza do meu Ser.

Escrito em 1922 e prémio Nobel em 1946.

Um livro a ser lido por todos aqueles, para quem a vida é uma ilusão, para toda a mente que sabe que a parábola da caverna de Platão existe, que o tempo é uma criação da dimensão onde existimos, mas não real.

Um livro que nos diz que o conhecimento pode ser partilhado, mas a sabedoria não. A sabedoria é para ser encontrada e vivenciada.

Um livro que nos fala da procura e do encontro, da iluminação de um homem.

Deixo-vos algumas passagens:

“ por isso tudo o que existe me parece bom, a morte e a vida, o pecado e a santidade, a sensatez e a loucura, tudo é necessário dessa maneira, tudo necessita apenas do meu acordo, da minha boa vontade, assim tudo é bom para mim.”

É bem expressiva a forma como o autor nos diz, que o Mundo se apresenta a nós, pela forma que o olhamos. Mudamos a maneira de olhar o Mundo, e o Mundo muda para nós.

“…quando atiras uma pedra à água, ela procura o caminho mais rápido para o fundo. Assim é quando Siddhartha tem um objectivo, uma intenção. Siddhartha nada faz, espera, pensa, jejua, mas passa pelas coisas do mundo como pedra passa pela água, sem fazer nada, sem se mexer, ele é atraído e deixa-se cair. O seu objectivo arrasta-o, pois ele não admite na sua alma nada que pudesse interpor-se entre ele e o seu objectivo. É a isso que os ingénuos chamam encantamento, pensando que é obra dos demónios. Todos podem dominar estes encantamentos, todos podem alcançar a sua alma, desde que saibam pensar, esperar e jejuar.”

Todos queremos coisas, lugares, todos temos objectivos e sítios a ir.

E todos, qualquer um de nós, pode conseguir alcançar.
Seja qual for o objectivo, ter mais, ser mais, se curar, viajar ou simplesmente não fazer nada, pode conseguir, podemos dominar a forma de fazer estes encantamentos e a fórmula mágica é “ pensar, esperar e jejuar”.

Apresentei-vos um dos livros mais sábios que li…

Como gostaria de ter palestrado com Hermann Hesse, o seu autor.