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segunda-feira, 7 de maio de 2012

O que Eu Conquisto…ao Contentar-me?

imagem retirada net
A Santosha cura a impotência, as ulceras, a insónia, a hipertensão, a prisão de ventre, a asma,… enfim, todas as doenças originárias do nervosismo, da insatisfação, da ansiedade e da apreensão.
Santosha quer dizer contentamento.

Contentar-se é acomodar-se com o que se tem, inclusive com uma ulcera, que se agrava, como todos sabemos, com a tensão psicossomática.
Se o doente conversar com ela e lhe disser “até ontem pudeste amedrontar-me, manter-me em estado de alarme ou sofrimento, mas hoje eu aceito-te, não significas grande coisa para mim” vai infalivelmente melhorar.
Esta atitude psíquica alivia a tensão.
 A estratégia para vencer a coisa é também esta. Contentar-se – até mesmo com uma situação de carência, falência, queda, crise – é a estratégia para se libertar de tudo isto.
Usar Santosha é assinar um tratado de paz e, portanto desmoralizar o “inimigo”.
O contentamento significa alívio, pois liberta-nos da ansia de obter uma cura ou de triunfar. E não é uma atitude de cobarde. É a calma de quem se sente forte.

Se, para vencer uma carência, o contentamento é valioso, para a manutenção de um estado de razoável tranquilidade é-o ainda mais. Aliás, não haverá paz enquanto cobiçarmos algo, mesmo que seja a própria paz. Uma forma de cair no inferno é tomar-se de ansias para ganhar o céu.
Há uma aspiração serena, sem luta, sem tensões que abre a porta da vitória. Aprenda isto.

Não há riqueza maior do que o sentimento de se ter bastante, de contentar-se com o que se é, bem como com o que ainda não se é ou ainda não se conseguiu ser. No taoismo diz-se que “ aquele que se contentar com o simples contentamento viverá sempre satisfeito”.
Permanecer contente, embora com mazelas, é o caminho certo para se libertar delas.
Não se perturbe com as inferioridades que descobrir a seu respeito.
 Não permita que defeitos, sintomas e carências façam de si um ansioso ou abatido.

A vontade de possuir o último modelo de carro, de usar as roupas mais na moda ou de ver o nome nas colunas socias tem criado muitos problemas de nervosismo. Se a pessoa tem meios materiais para alcançar o objetivo dos seus desejos seria de esperar que se desse por satisfeita depois de atende-los. E por que motivo, ainda assim continua infeliz e dececionada?!

Não é satisfazer a insatisfação que nos faz feliz.
O que nos torna felizes é não ter a insatisfação.
Se não descobrir um meio de sentir-se satisfeito com o que faz, com o trabalho, por exemplo, continuará irremediavelmente infeliz nesse aspeto da vida. Nunca haverá tranquilidade para o comandante do navio que, a custo, suporta o seu posto, enquanto almeja estar num hospital a operar. É infeliz por não ser médico. É infeliz por ser um navegante frustrado…

Qualquer que seja a sua atual profissão, embora com mil defeitos, se o leitor quiser descobrirá que tem também mil atrativos. A profissão que desejaria ter, esteja certo, além dos mil encantos que nela vê, oculta certamente mil desvantagens que o leitor não quer ver.
Todas as profissões são uteis a milhares de milhões de seres humanos. Seja eficiente na sua profissão, desempenhe-a ao serviço de Deus e dos homens. Mas, se o caso for de absoluta inadequação, se for negociante por erro ou necessidade, quando realmente nasceu para se dedicar à arte, procure trocar mas, por favor, faça-o sem ansiedade, sem aflição, sem precipitação.

Não confunda satisfação com covardia.
 Não confunda Santosha com o conformismo dos fracos nem com a indiferença dos tolos. Se todos fizéssemos essa confusão, a civilização pararia e seria impossível o progresso.
A satisfação não é contrária à vontade firme, contante e serena dos sábios, mas é antítese da apressada, febril, traumática, tensa, ansiosa caça ao sucesso, em qualquer das suas nuances.
Não é um bom negócio conquistar poderes, posses e posições e, em troca perder a Saúde e a Paz.

Reflexão: as minhas insuficiências, limitações, defeitos, incapacidades, impurezas e imperfeições, com a graça de Deus e a minha dedicação, virão a ser superadas.
Para isso, preciso de conseguir não me perder no sentimento de ansiedade e na insatisfação.
Aceito-me como Sou e, só assim, consigo saber o que sou e o que preciso de transformar.
Sinto-me tranquilo, mesmo reconhecendo-me pobre e carente de perfeição.
Ao contentar-me conquisto Paz, e com a Paz um meio para a Cura.
Texto de Hermogenes

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